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POLÍTICA

Danilo Cabral é exonerado da SUDENE após pressão de políticos cearenses

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O economista e ex-deputado federal Danilo Cabral foi exonerado nesta terça-feira (5) do cargo de superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). A decisão, publicada no Diário Oficial da União, ocorre em meio a intensas articulações políticas envolvendo lideranças do Ceará, que vinham pressionando o governo federal por mais espaço na autarquia.

Danilo, que assumiu a SUDENE em março de 2023, é filiado ao PSB de Pernambuco e aliado histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante sua gestão, defendeu uma pauta de integração regional e fortalecimento da política de desenvolvimento sustentável para o Nordeste. Sua saída, no entanto, foi atribuída a um movimento de bastidores que buscava acomodar interesses da bancada cearense aliada ao Palácio do Planalto.

Segundo fontes ligadas ao governo, parlamentares do Ceará intensificaram nos últimos meses os pedidos por cargos estratégicos na estrutura federal, como parte da reconfiguração de forças dentro da base aliada. A SUDENE, órgão vinculado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, se tornou alvo preferencial por seu papel simbólico e estratégico na região.

A exoneração de Danilo Cabral acontece em um momento em que o governo Lula busca consolidar alianças regionais com vistas às eleições municipais de 2026. Lideranças cearenses ligadas ao MDB e ao PDT estariam entre as principais articuladoras da mudança, de olho em ampliar sua influência nos espaços federais de decisão.

A nomeação do novo superintendente ainda não foi oficializada, mas fontes do Planalto indicam que o substituto deve ser alguém com indicação direta da bancada cearense, possivelmente ligado ao grupo político do senador Cid Gomes (PDT-CE) ou ao deputado federal Domingos Neto (PSD-CE).

Procurado, Danilo Cabral agradeceu a oportunidade de comandar a SUDENE e afirmou que deixa o cargo com a sensação de dever cumprido. “Seguimos na luta pelo desenvolvimento do Nordeste, onde quer que estejamos”, declarou.

Nos bastidores, entretanto, aliados de Danilo veem sua saída como um gesto de sacrifício político para manter o equilíbrio da coalizão governista. A decisão evidencia mais uma vez o peso das disputas regionais no tabuleiro do poder em Brasília.

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